Cinco maneiras de provocar o bom estresse 101w1h

Por Mariza Tavares/G1 26534j

No mês ado, fiz uma coluna sobre a aptidão para o estresse, tese defendida pela psicóloga Elissa Epel: em vez de fugir das situações que nos causam desconforto, devemos procurar desafios que nos tornem mais preparados para superar as adversidades. A médica Sharon Bergquist, professora da faculdade de medicina da Emory University (EUA), que acaba de lançar o livro “O paradoxo do estresse: por que você precisa do estresse para viver mais, com saúde e felicidade” (“The stress paradox: why you need stress to live longer, healthier, and happier”), endossa a prática:

“O estresse causa dano, mas também cura. Um certo nível de estresse diminui nossa idade biológica, e esse é o paradoxo. Como médica, acompanhei muitos executivos e uma questão que sempre vinha à tona era: ‘será que devo desacelerar?’. Apesar da carga de trabalho, essas pessoas eram apaixonadas pelo que faziam. Quando nos envolvemos em atividades que nos estimulam, alimentamos nossa resistência e desenvolvemos resiliência”.

A pesquisadora afirma que o estresse ganhou uma reputação negativa a partir da década de 1930, depois que o endocrinologista Hans Selye apresentou sua teoria da Síndrome de Adaptação Geral, que descreve as reações fisiológicas do corpo ao estresse em três fases: alarme, resistência e exaustão – quando o esgotamento aumenta o risco de doenças.

“O problema é que Selye submetia as cobaias a um nível excessivo de sofrimento, o que contribuiu para a demonização do estresse. O segredo está em encontrar o ponto ideal, aquele que nos impulsiona sem nos sobrecarregar. Pensem num U invertido, no qual muito estresse é prejudicial, mas sua ausência também não é benéfica. Num nível moderado, ele estimula as conexões entre nossos neurônios”, enfatizou em palestra on-line.

Ela destaca o conceito da hormese, descrito pela primeira vez pelo farmacologista Hugo Schulz, segundo o qual uma baixa exposição a toxinas e outros estressores é favorável para o organismo, porque impulsiona os mecanismos de defesa. No entanto, faz a ressalva de que há uma variação expressiva entre os indivíduos e nossa tolerância está diretamente relacionada ao que fomos submetidos na primeira infância e em experiências negativas ao longo da vida.

Como viver mais e melhor depois dos 70: novo macroestudo revela os pilares para uma alimentação mais saudável 4y1w1o

Que a alimentação exerce um papel fundamental na nossa saúde não é novidade — embora muitas vezes a gente esqueça disso. O objetivo de comer bem não deve ser apenas emagrecer ou evitar o ganho de peso, mas sim viver mais e com qualidade. Por isso, manter padrões alimentares consistentes ao longo da vida é tão importante. 

Agora, um novo macroestudo publicado nesta semana na revista Nature Medicine revela oito padrões-chave que tornam uma dieta capaz de favorecer um envelhecimento saudável.

O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade Harvard em parceria com as universidades de Copenhague e Montreal, vai além de confirmar que o tipo de alimentação tem influência decisiva na saúde. Ele identifica hábitos alimentares específicos que, além de prevenir doenças crônicas não transmissíveis, promovem de forma eficaz um envelhecimento mais saudável para a população em geral.

Comer estes dois alimentos todo dia melhora a saúde do coração; veja quais 6d6r3k

A alimentação exerce um papel fundamental no bom funcionamento do corpo e, especialmente, na saúde cardiovascular. Um novo estudo acrescenta nova evidência nesse sentido e mostra que o consumo diário de feijão e grão-de-bico pode melhorar a saúde cardíaca e metabólica, reduzindo o risco de doenças crônicas.

O trabalho foi apresentado no congresso da Sociedade Americana de Nutrição, que aconteceu entre 31 de maio e 3 de junho em Orlando, nos Estados Unidos. Ele envolveu 72 pessoas com pré-diabetes -- uma condição clínica que antecede o diabetes tipo 2 -- que foram acompanhadas durante 12 semanas, e mostrou uma associação entre o consumo de grão-de-bico e melhores níveis de colesterol, e o consumo de feijão à redução da inflamação.

"Indivíduos com pré-diabetes frequentemente apresentam metabolismo lipídico prejudicado e inflamação crônica de baixo grau, fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças como doenças cardíacas e diabetes tipo 2", afirma Morganne Smith, doutoranda no Instituto de Tecnologia de Illinois, em comunicado.

"Nosso estudo descobriu que o consumo de feijão ajudou a reduzir significativamente o colesterol e a inflamação em pessoas com pré-diabetes, embora os níveis de glicose não tenham sido alterados", completa.

Quer ajudar o cérebro? Treine o seu olfato 3n5o61

Por Mariza Tavares/G1

Já escrevi que a surdez é a principal causa modificável de declínio cognitivo entre idosos. Vamos imaginar alguém às voltas com o problema desde os 50 anos e que só foi buscar ajuda depois dos 70. São duas décadas de privação auditiva, o que muda o cenário das conexões neurais – é como se aparecessem lacunas que prejudicam a compreensão e afetam a plasticidade do cérebro, que fica menos “afiado”. Estudos também mostram que a progressiva perda do olfato na velhice desempenha papel semelhante, mas a boa notícia é que é possível treinar nossa capacidade de identificar cheiros e melhorar essa função.

Uma equipe multidisciplinar, reunindo pesquisadores do Instituto de Ciência de Tóquio, das universidades Bunkyo Gakuin e Hosei (situadas na capital japonesa) e da Universidade de Artes de Londres, desenvolveu um método para estimular o olfato – o que faz todo o sentido, já que, no Japão, 28.7% da população têm mais de 65 anos.

Anvisa proíbe três marcas de 'café fake' após detectar toxina em produtos 2x594x

A Agência Nacional de Vigilância Nacional (Anvisa) proibiu a fabricação e venda de três marcas de "pó para preparo de bebida sabor café", apelidados de "café fake", após inspeções constatarem a presença da toxina ocratoxina A (OTA), substância imprópria para o consumo humano.

As marcas são: Melissa, Pingo Preto e Oficial. Elas já haviam sido desclassificadas pelo Ministério da Agricultura em 25 de maio, por serem impróprias para consumo.

A resolução da Anvisa desta segunda-feira (2) determina a proibição, comercialização, distribuição, fabricação, propaganda e uso dos produtos. Todos os lotes devem ser recolhidos.

Os produtos apresentaram irregularidades na rotulagem, informavam conter “polpa de café” e “café torrado e moído”, mas utilizavam ingredientes de qualidade inferior, como grãos crus ou até resíduos.

Braço roxo e veias salientes: como quadro de Marina Ruy Barbosa vira alerta sobre risco de roupas apertadas 6t6g5v

A atriz Marina Ruy Barbosa virou assunto nas redes sociais nesta segunda-feira (26) por conta de um hematoma roxo em seu ombro esquerdo. A imagem repercutiu após a divulgação de fotos tiradas durante o tapete vermelho do Baile da amfAR, em Cannes, realizado na noite da última quinta-feira (22).

Diante dos comentários questionando a origem da lesão, Marina respondeu a uma internauta e explicou que a roupa que usou naquele dia pesava cerca de 15 quilos, indicando que a peça seria o motivo de o ombro ter ficado daquela forma.

O g1 conversou com o cirurgião vascular Sergio Belczak para entender como o corpo reage em casos como o da atriz e por que lesões como a dela podem ser causadas por roupas pesadas e apertadas.

O especialista explica que a lesão que chamamos de "roxo" é, na verdade, um hematoma, causado pelo rompimento de pequenas veias. Quando esse rompimento ocorre, o sangue se espalha internamente até se tornar visível na pele.

No caso de Marina, Belczak afirma que é perfeitamente possível que uma roupa pesada como a dela, sustentada apenas por alças finas, tenha provocado o hematoma no ombro esquerdo.

Cuidado com roupas apertadas
Casos como o da atriz são extremos — no dia a dia, dificilmente alguém usa uma roupa que pesa 15 quilos. Um exemplo semelhante pode ser observado nas fantasias das escolas de samba no Carnaval.

Ainda assim, o cirurgião vascular chama a atenção para cuidados importantes na rotina, especialmente na escolha das roupas, para evitar futuros problemas de circulação.

Ele orienta evitar roupas apertadas como:

calças jeans muito justas,
meias que comprimem os calcanhares e
sutiãs sem sustentação adequada, que pressionam os ombros e comprimem as mamas.

Pense no exercício como o caminho para continuar fazendo aquilo de que você gosta 26516g

“O importante”, diz Michael Fredericson, criador do programa do curso de medicina do estilo de vida na Universidade Stanford, “é que as pessoas entendam que a atividade física vai possibilitar que elas continuem fazendo as coisas das quais gostam. Pode ser caminhar longas distâncias, viajar ou ter força para levantar os netos do chão. Você não corre para ganhar aptidão física; na verdade, você faz exercício para conseguir correr”.

Falei muito de saúde mental e conexões sociais nas últimas três colunas, mas atividade física foi um outro pilar do seminário “Healthy Aging 2025”. Fredericson acrescentou que é fundamental trabalhar força e resistência – sim, o treino com peso é indispensável – mas lamentou que ainda não se dê a ênfase necessária aos treinos de equilíbrio e flexibilidade: “não adianta ser forte e não conseguir alcançar os pés com os dedos”.

“Investir em músculos é o melhor hedge fund que existe”, afirmou a pesquisadora Marily Oppezzo, também especialista em mudança de comportamento, referindo-se a um tipo de investimento que normalmente tem um retorno financeiro significativo.

Como cuidar de plantas ajuda a viver mais e melhor 3r3134

Marianne Rogstad, uma avó aposentada da Noruega, é uma eterna aprendiz. Ela trabalhou como recepcionista de hotel na Suíça por cinco décadas, onde ava os dias imersa em novos idiomas e culturas.

Mas quando voltou para a Noruega, Rogstad foi diagnosticada com demência. Ela logo se isolou, e perdeu essas fontes de estímulo.

Só até ela entrar para o Impulssenter — uma pequena "fazenda de repouso" nos arredores de Oslo.

O nome da "fazenda de repouso" vem da maneira como a instituição atende ao ímpeto dos indivíduos de trabalhar e de se conectar com outras pessoas, diz Henreitte Bringsjord, cujos pais fundaram a fazenda.

"Minha mãe e meu pai adoravam o trabalho na fazenda, e imaginavam como era difícil para as pessoas com demência parar de trabalhar e perder a vida social. Então, eles quiseram ajudar as pessoas com demência a se integrar à vida novamente", explica Bringsjord, que agora coistra a fazenda.

Em 2015, a Noruega se tornou um dos primeiros países a criar um plano nacional de assistência à demência, que inclui serviços de acolhimento durante o dia oferecidos pelo governo, como o Inn på tunet — que pode ser traduzido como "no quintal" — ou fazendas de repouso.

Agora, à medida que os pesquisadores reconhecem os vastos benefícios cognitivos do trabalho na terra, mais comunidades estão integrando a jardinagem aos cuidados de saúde — tratando diversas necessidades por meio de atividades socialmente prescritas na natureza, ou prescrições verdes.

"As prescrições de natureza podem aumentar a atividade física e a conexão social, ao mesmo tempo em que reduzem o estresse, o que tem vários efeitos positivos sobre a pressão arterial, o controle do açúcar no sangue e o peso saudável, reduzindo o risco de doenças que podem levar à demência", diz a médica de família Melissa Lem, de Vancouver, que é pesquisadora da Universidade de British Columbia, no Canadá, onde ela estuda as oportunidades e as barreiras em torno das prescrições baseadas na natureza.

"Todos nós sabemos que mais atividade física melhora a saúde física e mental, mas a jardinagem potencializa esses benefícios", ela explica.

Receitas para nutrir a mente 2z102w

e o dia 5 de maio mergulhada no seminário “Healthy Aging 2025”, promovido pelo centro de longevidade da Universidade Stanford (EUA), sobre os pilares do envelhecimento saudável – o que inclui cuidar de corpo e mente. Foram tantas apresentações instigantes que esta e as próximas colunas serão uma seleção dos melhores momentos do evento. No de abertura, dedicado à saúde mental, a expressão “nutrir a mente” foi muito utilizada: significa não só desafiar o cérebro aprendendo coisas novas, mas também ampliar as conexões sociais e abraçar a espiritualidade. Chip Conley, criador da Modern Elder Academy e o primeiro palestrante, afirmou que a meia-idade não tem recebido a devida atenção. Para ele, esse período se estende dos 35 aos 60 anos, e é quando as pessoas vivem inúmeras transformações, inclusive hormonais.

“Durante a vida adulta, a cobrança é enorme e não temos tido tempo de nos recuperar, de nos curar. Os homens convivem com o desapontamento com a carreira; o sentimento de irrelevância; a imposição da virilidade. As mulheres enfrentam a perimenopausa com as exigências da tirania da beleza; a invisibilidade emocional; desafios financeiros até maiores que os dos homens; e a sobrecarga de cuidar de parentes. E todos sofrem com a solidão”, enfatizou.

A psicóloga Maris Loeffler, especializada em ansiedade, estresse e trauma, disse que o estilo de vida que escolhemos tem um peso enorme na saúde mental: “temos que pensar em como queremos envelhecer e tomar as decisões que nos levem por esse caminho”.

Centro-oeste paulista ultraa 100 mortes por dengue em 2025 2u2s5r

O Centro-Oeste paulista atingiu uma marca preocupante: 101 mortes por dengue foram confirmadas em 2025. Os dados são do de arboviroses da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, atualizado nesta quinta-feira (15).

O número representa o agravamento da epidemia da doença na região, que também já ultraou 71 mil casos neste ano.

Entre os cinco óbitos mais recentes registrados, três ocorreram em Marília, um em Assis e um em Canitar. Marília também lidera o ranking de mortes na região, com 20 vítimas, seguida por Ourinhos (9), Assis (8), Lins (7) e Promissão (7).

 Já em relação ao número de casos, Bauru é a cidade com mais registros da doença, com 10.566 confirmações, seguida por Marília, com 9.588, Assis, com mais de 6 mil, Ibitinga, com mais de 4 mil e Ourinhos, com 4.071.

Físicos conseguem transformar chumbo em ouro em experimento com acelerador de partículas 4v3h4k

Pesquisadores conseguiram transformar chumbo em ouro. O experimento foi feito em um acelerador de partículas na Europa, onde foi forçada a colisão de núcleos de chumbo em alta velocidade. (Entenda mais abaixo)

Transformar chumbo em ouro era o sonho dos alquimistas do século 17, que buscavam formas de converter metais comuns em metais preciosos. Agora, cientistas do CERN — o laboratório europeu de física de partículas, na Suíça — conseguiram fazer isso. Ainda que por apenas alguns microssegundos.

Há séculos, estudiosos tentavam essa transformação, mas a dificuldade estava na diferença entre o número de prótons nos dois elementos. Os prótons são as partículas que ficam no núcleo do átomo. O chumbo tem 82 prótons, enquanto o ouro tem 79.

'Banho de floresta': como ar mais tempo na natureza pode ajudar a curar a solidão 86y1i

Kye Aziz nunca se considerou um amante da natureza. Solicitante de asilo vindo da Indonésia e atualmente morando em Melbourne, na Austrália, ele já tinha ado bastante tempo no interior e em regiões montanhosas.

Mas foi só depois de participar de um piquenique e uma atividade de jardinagem – prescritos como parte de um tratamento social - que ele ou a ver a natureza de um outro jeito.

"Você sente como se tivesse sido transportado para outro lugar", conta Aziz. "Morar na Austrália e viver a cultura ocidental pode ser algo muito solitário e individualista, mas quando estou sentado ao ar livre, rindo com os outros, me sinto em casa."

Existe uma ciência por trás dessa sensação. Nos anos 80, como parte de uma estratégia de saúde pública para ajudar trabalhadores urbanos estressados a se curar por meio da natureza, o governo japonês investiu em uma campanha chamada "shinrinyoku", ou banho de floresta.

Inicialmente, "era uma sensação, e não uma ciência", diz Qing Li, médico e professor clínica da Escola de Medicina de Nippon, em Tóquio.

Mas nas últimas décadas, Li e outros pesquisadores descobriram que o banho de floresta está associado à redução da pressão arterial, à estabilização do sistema nervoso, redução de hormônios do estresse, fortalecimento da imunidade e redução da ansiedade, depressão, raiva e fadiga.